Certo dia o pai virou para seu filho e o convidou para um passei pelo bosque. O filho, ainda criança, hesitou, temeu. O pai, porém, insistiu com delicadeza e confortou o filho: "Não se preocupe, eu estarei ao seu lado durante todo o passeio. Não há porque temer, pois eu estarei com você.". Diante desse conforto, o filho concordou em ir.
Quando ambos entravam na trilha, o filho passava por uma confusão de sentimentos. Ao início de tal aventura, ele não sabia o que era maior, o medo ou a surpresa. Surpresa ? Sim, surpresa. Apesar do medo que a criança demonstrou perante o convite de seu pai, ela não sabia o que iria encontrar no bosque; seu medo não era de algo já vivido que a havia marcado, era medo do novo. Foi quando a criança, sentindo-se confortada pelo pai, aceitou o convite que ela pôde descobrir o que a esperava, o que ela ainda não tinha conhecido. Era tudo muito belo, era algo inexplicável.
Acontece que a trilha por onde os dois caminhavam continham algumas surpresas. Essas agora não eram agradáveis como as anteriores. Muitos obstáculos eram encontrados durante a trilha. Bem, obstáculos para a criança, pois o pai não encontrava dificuldade alguma. A própria extensão da trilha era um obstáculo para a criança, porque suas pequeninas pernas só lhe permitiam dar pequenos passos, porém, seu pai, sabendo do cansaço de seu filho, pegava-o nos braços e carregava-o até que a criança pudesse recuperar as forças. Em alguns trechos da trilha havia grandes subidas que a pobre criança nem conseguia pensar em escalar, e mais uma vez seu pai a levava nos braços. Após as subidas haviam descidas muito íngremes e o filho tinha medo de cair e sair rolando até o chão. Nesses momentos, o pai o ensinava como descer e sempre ficava atento, pois caso seu filho caísse, ele o pegaria, evitando as feridas do final. Com o auxílio do pai, a criança foi vencendo as dificuldades que apareciam e ambos iam caminhando em união. E durante todo o percurso, apesar dos obstáculos, a criança ia ficando maravilhada com a beleza do bosque.
Depois de horas de caminhada, o pai abriu um grande sorriso para o filho e disse: "Vem filho! Olha! Olha até aonde nós chegamos juntos! Olha que beleza!". O filho foi correndo até o pai para ver o que ele queria lhe mostrar. Quão grande foi a explosão de sentimentos dentro do filho quando viu o que seu pai queria mostrar-lhe. Acontece que ambos agora estavam no topo de uma montanha e eles tinham uma vista belíssima da paisagem. Lá de cima, ambos podiam ver grande parte da trilha pela qual tiveram que passar e iam se recordando dos momentos juntos, das dificuldades superadas, do esforço que fizeram. O filho estava maravilhado! Mais uma vez, não conseguiu achar palavras para se expressar. A beleza de agora superava a encontrada durante todo o percurso e fazia valer a pena todo o esforço realizado. O filho olhava para seu pai e diante de toda aquela beleza não havia o que fazer se não apreciarem juntos.
Gente, por mais simples que seja essa historinha, eu quis colocá-la aqui pelo seguinte motivo: nós somos como a criança e Deus é o Pai. Assim como fez a criança, muitas vezes temos medo de aceitar aquilo a que o Pai nos chama a viver. Nós temos medo de caminhar com Ele, pois não sabemos o que irá acontecer. Entretanto, quando nos lançamos em tal aventura, encontramos um paraíso, uma beleza que não pode ser explicada. Lá podemos ver tudo aquilo pelo o que passamos e vemos que valeu a pena.
Deus vos abençoe!
Shalom!
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